Terceiro dia do Tríduo Pascal: Vigília Pascal

Publicado por: Paróquia São Marcos

A celebração do Sábado Santo tem dois momentos diferentes: em primeiro lugar, é dia de luto sagrado pela morte de Cristo. Jesus entra no seu repouso; um grande silêncio reina sobre a terra. O Rei está dormindo. Feito homem para nossa salvação, ele dorme o sono dos justos. O Sábado Santo é dia de contemplar o mistério central da nossa salvação. A Igreja se recolhe em oração, confiante que o Senhor ressuscitará. À noite, num segundo momento, tem lugar a solene Vigília Pascal, que anuncia a Ressurreição do Senhor.

Celebrar a Páscoa é passar da morte para a vida. Essa passagem inicia em nosso batismo e se estende por toda a vida. A Vigília Pascal começou a ser celebrada na Igreja Romana em meados do século II e reúne uma serie de símbolos: a benção fogo novo; a procissão que acompanha o círio pascal. As velas acendidas no círio simbolizam a participação na Ressurreição de Cristo, luz do mundo, e surgiram no século XII. Após a chegada do círio no presbitério, canta-se o solene hino de exaltação a Cristo Ressuscitado, o precônio pascal. Após as leituras, que trazem à nossa meditação os grandes momentos da história da salvação, procede-se á benção da água para uso cotidiano dos fiéis e da fonte batismal, cuja água é usada nos batismos.

A celebração da Vigília, nos seu conjunto, põe em evidencia a vida nova inaugurada por Cristo em sua ressurreição. Fundamento de toda a vida cristã. Assim como as trevas no recinto da Igreja são vencidas pela luz do círio, as trevas do pecado são vencidas por Cristo ressuscitado, luz do mundo. Essa vitória de Cristo sobre o pecado e a morte não dispensa nossa colaboração com a graça divina.

A liturgia desta noite santa é um permanente convite à conversão e à mudança de mentalidade. É preciso abandonar tudo o que nos possa afastar da vida nova em Cristo e abraçar tudo o que nos leve a viver segundo o Espírito (cf. Rm 8,9).

O caminho que conduz à ressurreição passa necessariamente pelo sofrimento e morte. O próprio Cristo no-lo afirmou: “Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim” (Mt 10, 38-39). A decisão de Jesus de entregar a vida pela salvação da humanidade somente pode ser compreendida à luz da fé. Ele nos amou até não mais poder. A cruz será sempre um sinal de contradição, um mistério de amor divino. Fora desta perspectiva a cruz não tem sentido. No início da Quaresma, pedimos a Deus a graça de viver bem este tempo de jejum e penitência para que pudéssemos enfrentar o espírito do mal; transcorridos os dias da Paixão, a Igreja se alegra com Cristo Ressuscitado.

Como os discípulos de Emaús, sentimos nosso coração abrasado, enquanto ele nos fala pelo caminho de nossa vida, e o reconhecemos ao partir do Pão Eucarístico. Ele está no meio de nós. Ele Ressuscitou!