História

A história do Pilarzinho remonta ao fim do século XVIII, como nos refere o frontão da Capela de Nossa Senhora do Pilar, construída em 1782. É uma das Capelas mais antigas de Curitiba, feita primeiramente de barro, lenha e capim e reconstruída em alvenaria em 1932.

O primeiro documento que menciona o Pilarzinho como localidade próxima a Curitiba é uma ata das sessões da Câmara Municipal , de 19 de julho da 1844. Depois da elevação do Paraná a Província do Império do Brasil (1854), o Pilarzinho aparece como um dos 27 quarteirões da cidade de Curitiba.

É um bairro de muitas histórias e tradições, principalmente pela forma como foi “colonizado”. Foi uma colônia municipal com terras doadas aos “Voluntários da Pátria” recém chegados da guerra do Paraguai. A estes primeiros habitantes, na sua maioria descendentes de portugueses, logo somaram-se os imigrantes alemães; em 1863 estabeleceram-se aqui os Schaffer.

Em 1871, 78 imigrantes poloneses foram localizados no Pilarzinho, em terras cedidas pela municipalidade de Curitiba.

Entre 1875 e 1878 chegaram ao bairro os italianos, do mesmo grupo de imigrantes que fundaram, em 1878, Santa Felicidade.

A identidade e a vizinhança destes primeiros italianos com o pessoal de Santa Felicidade fez com que a assistência espiritual do Pilarzinho, desempenhada pelo capelão Pe. João José Rodrigues, passasse a ser feita pelos Padres Escalabrinianos, titulares da Capelania Curada para os católicos italianos, criada pelo Bispo de Curitiba, Dom José de Camargo Barros, em 1895.

Igreja de São Marcos

No dia 22 de agosto de 1897 o padre italiano, Pe. Francisco Brescianini, pároco de Santa Felicidade, com licença de Dom José de Camargo Barros, lançou a Pedra Fundamental da nova igreja. A construção levou três anos e o mesmo Pe. Brescianini, a 11 de fevereiro de 1900 benzeu a nova igreja dedicada a São Marcos.

No livro tombo da paróquia de Santa Felicidade, à pág.75, encontramos, num português italianizado, a transcrição da licença que Dom José, em 1899, dava ao Pe. Brescianini para erigir um “Cemitério na Colônia do Pilarzinho”, recomendando que fosse “bem cercado e defendido contra as feras e benzido na forma do Ritual Romano”. Os mil metros quadrados foram comprados do Sr. Matheus Gava.

No dia 24 de abril de 1910 as Irmãs Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus abriram uma escola para dar aula à mocidade italiana do lugar.

No dia 30 de março de 1913 o Ex.mo Bispo Dom João Francisco Braga benzeu solenemente as duas novas imagens de Nossa Senhora das Graças e de Santa Luzia, vindas da França (Paris) e administrou o Sacramento da Crisma a 114 pessoas.

No dia 11 de setembro de 1913 os Rev.mos Padres Passionistas do Bom Jesus do Cabral, representados pelo Superior Pe. Modesto de Santo Estanislau, começaram a tomar conta da capela São Marcos.

No livro “Ministeri” (Ministérios) dos Padres Passionistas do Bom Jesus do Cabral fala-se várias vezes do Pilarzinho. É um caderno de 277 páginas escrito a mão, no qual os Padres marcavam as suas missões e trabalhos pastorais em vários lugares. Até a página 158 é escrito em italiano, de 159 a 277 em português.

À página 3 se diz que o Pe. Dámaso pregou, de manhã e à noite, um tríduo – 22,23 e 24 de abril de 1913 – preparando os meninos para a Primeira Comunhão. No dia da festa – 25 de abril – foi feito o “panegírico de São Marcos”. O fruto foi abundante porque quase toda colônia italiana se aproximou aos Santos Sacramentos.

Nas páginas 18, 19 e 20 lemos que de 12 a 27 de abril de 1914 foi feita uma missão no Pilarzinho pelos padres Dámaso e Cândido, iniciando na noite de Páscoa.

“Nesta colônia – escrevem – tivemos que trabalhar mais do que imaginávamos. São setenta famílias, na maioria, em discórdia entre elas. Precisou uma graça especial do Senhor para que se reconciliassem”. Distribuíram mais de mil comunhões. O que coroou a missão foi a conversão de um protestante alemão amasiado com uma italiana ( Augusto Grüge e Lídia Chiodi ) com quatro filhos. No dia de São Marcos abjurou o protestantismo nas mãos do Pe. Cândido, recebeu os sacramentos e casou na igreja católica. No dia da festa de São Marcos, o encerramento da missão foi atrapalhado pela presença de pessoas de outros lugares que distraiu os fiéis do Pilarzinho. Os Padres, pois, agradecem as Irmãs Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, especialmente a superiora Irmã Gaetana, que hospedaram os missionários em sua “escola pública italiana” e prepararam a comida. Os padres elogiam as irmãs que para não perderem a missa diária fazem mais de uma hora de caminho para receber a Santa Comunhão.

Na página 102 se diz que os padres Atanásio e Damiano de 19 a 27 de outubro pregaram uma missão no Pilarzinho e mesmo o fervor não sendo extraordinário, serviu para manter os bons e animar os mais fracos.

Em 1930 os padres dizem que na festa de São Marcos administraram apenas 50 comunhões porque o povo começava a freqüentar a vizinha Igreja de Sant’Ana.

De 16 a 19 de junho de 1932 o Pe. Miguel pregou um tríduo em honra de Santo Antônio.

A última notícia é de dezembro de 1935 que diz que o Pe. Miguel, de 13 a 15, preparou as crianças para a Primeira Comunhão e celebrou a festa de Santa Luzia.

Em 1936 é criada a paróquia de Sant’Ana de Abranches por Dom Ático; entre as capelas provisionadas que pertencem à Matriz, no livro tombo é citada a de “São Marcos em Pilarzinho”.

“No dia 13 de dezembro de 1953 houve a Visita Pastoral na capela de São Marcos de Pilarzinho com crisma e bênção da nova Torre da capela”. (livro tombo de Abranches).

No livro tombo se fala várias vezes da capela São Marcos e Nossa Senhora do Pilar, das atividades pastorais, procissões, nomes das várias comissões da capela, etc.

Como última coisa é transcrito o Decreto de Criação da nova Paróquia São Marcos.

Criação da Paróquia São Marcos

Com decreto de 25 de abril de 1973 o Ex.mo Arcebispo Dom Pedro Fedalto criava a Paróquia de São Marcos e nomeava como seu primeiro pároco o italiano Pe. João Graceffa, dos Missionários Servos dos Pobres.

Ao tomar posse o Pe. João anunciou seu programa: “Quero dar alívio aos sofrimentos. Quem não vive para servir, não serve para viver”.

Iniciando o seu serviço pastoral, o novo pároco elaborou logo os Estatutos da Ação Social São Marcos (28 – 07 – 1973), empossou a nova Comissão Financeira e o Conselho Pastoral Paroquial. Na Páscoa de 1975 houve a Primeira Comunhão de um grupo de crianças da nova paróquia e, no mês de agosto as missões pregadas pelos Padres Redentoristas; a paróquia foi dividida em 51 setores.

Na primeira Visita Pastoral à Paróquia, de 20 a 26 de junho de 1976, o Arcebispo Dom Pedro Fedalto apontava com urgência a necessidade de ampliar a Matriz, que se tornara pequena demais para o atendimento aos fiéis.