Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo

Publicado por: Paróquia São Marcos

A missão de Jesus Cristo na terra se completa com sua morte e ressurreição.

Na quinta feira após a instituição da Eucaristia dirigiu-se Ele com os apóstolos para o Jardim das Oliveiras. Aí, prostrando-se por terra, divisou tudo o que iria acontecer-Lhe a partir daquela noite. Como a natureza humana repudia o sofrimento, a de Jesus também tremeu. Diante de tamanha previsão a alma de Jesus gemeu e exclamou: “Pai, se for do teu agrado, afasta de mim este cálice. Faça-se, no entanto, a Tua vontade não a minha”.

A reação física diante do impacto para realizar a vontade do Pai foi tão grande que provocou no organismo uma reação tão violenta que se transformou em suor de sangue. Foi o início de Sua Paixão. Passou a noite nas mãos dos inimigos, levado de um lugar a outro, Anás, Caifás, humilhado, esbofeteado e pela manhã a Pilatos, Herodes e novamente a Pilatos. Este fora advertido pela mulher que tivera sonhos a respeito de Jesus que não deveria condená-lo. Faltou-lhe coragem para enfrentar a súcia do povo que instigado pelos líderes religiosos, pediam a condenação. Pensando que um castigo físico comoveria a plebe, mandou que Jesus fosse flagelado. O que era uma flagelação? A lei romana ordenava que o limite máximo de chibatadas seria quarenta. O condenado era amarrado, sem roupa, e vergastado. Como o fato aconteceu em Jerusalém, não sabemos se a flagelação de Jesus se limitou conforme o determinado. Uma varada dói, imagine quarenta! Ainda mais, conforme se vê em figuras de museus, a chibata era dividida em dois ou três tentos. Portanto, cada chicotada valia por três. Talvez não seja difícil de imaginar em que situação ficou o corpo de Jesus. Simplesmente rasgado. Mas a sanha dos algozes era tão cruel que não se contentaram com a simples flagelação. Engendraram a idéia da coroação de espinhos e assim fizeram. Imagine o leitor a dor dos espinhos penetrando na cabeça. Se um simples toque com a unha já se torna sensível! Acreditava o governador da Judéia que, apresentando Jesus ao povo, este se compadeceria mas a pressão das lideranças foi tão forte que a plebe pedia a morte e morte de cruz. Assim aconteceu. Condenado Jesus, foi-Lhe imposta nos ombros a cruz. Imagine o leitor, após tudo o que havia sofrido ainda ter que carregar o peso da cruz debaixo dos apupos e chicotadas dos soldados romanos que à ordem de Pilatos, deviam conduzi-Lo ao Calvário. Tão má era a situação que o responsável pela execução, pegou um colono para ajudá-Lo a carregar a cruz. E quando Jesus caía em que situação ficava? Batia a cabeça? A cruz Lhe caía em cima? Ainda teve forças para dizer: “Não choreis por mim mas por vós e vossos filhos!” E quando se encontrou com a mãe, que olhares trocaram? Assim chegou ao alto do monte. Os soldados rodearam Jesus, despiram-No. De repente, repercutiram marteladas que ecoaram, principalmente, no coração da MÃE. Imagine o leitor o que Jesus sentiu ao ser transpassada uma mão, mais uma e especialmente os pés rasgados. Será que a dor tem limites? Cessadas as batidas, viu-se uma cruz sendo erguida e no alto, preso a ela, um corpo nu coberto de chagas, feridas, cortes, o sangue ainda a escorrer. Ouviu-se palavras consoladoras de imenso significado: “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem”. Outras mensagens deu-nos do alto da cruz, inclusive a que nos deixou Maria por Mãe espiritual. Por fim entregou Seu espírito! O sofrimento que Jesus sofreu na cruz faz-nos perguntar Será que o sofrimento tem limites? Ao falar do alto da cruz.devia apoiar-se nos cravos para erguer o peito e assim poder liberar o ar... Que agonia! “Pai, em Tuas mãos entrego o meu espírito”.

Descido da cruz foi colocado no regaço de Maria. É difícil imaginar tão dramática cena! A mãe receber o corpo do filho naquele estado, desfigurado, morto. Certamente, olhou as mãos transpassadas, as feridas do corpo... “O tamanho da dor se mede pela grandeza do amor! Encerrou-se aqui a missão redentora de Cristo mas se perpetua com a ressurreição que se completará em nós, quando cada criatura de Deus participar de sua ressurreição.

“Senhor, eu Vos agradeço por terdes morrido na cruz por meus pecados. Meu Jesus misericórdia”!