“Ficar” é a opção?

Publicado por: Paróquia São Marcos

Podemos conhecer as pessoas, observando-as. Em um namoro, antes de se apaixonar, é preciso perguntar ao outro o que pensa do trabalho da mulher fora de casa, de seu desenvolvimento profissional e pessoal, para depois não ter surpresas desagradáveis.

Se alguém for respeitoso, simpático e prestativo somente com determinadas pessoas e com outras não, definitivamente não é respeitoso, simpático e prestativo: somente “está atuando”. É preciso observar como se comporta essa pessoa com aqueles de quem não espera nada, como suporta e reage diante dos problemas e tensões típicos de toda convivência. Conhecemos os seres humanos nos momentos de tensão, de crises, de fracasso, de frustração, como diz Saint-Exupery: “O homem mede a si mesmo diante do obstáculo”.

Santo Agostinho diz: “Se quiser conhecer uma pessoa, não observe o que ela faz e diz; observe o que ela ama, o que deseja. O que a pessoa deseja é o que ela é”. Onde meu namorado ou minha namorada tem o coração?... Ali estão seus amores! Para se conhecer, é preciso saber quais são as motivações na vida de uma pessoa, isso simplifica muito o próprio conhecimento.

“O casamento é a situação existencial que mais felicidade pode proporcionar à maioria dos seres humanos”, por isso todo mundo quer se casar, pois o matrimônio é uma estrutura criada pelo amor total para se expressar e se perpetuar.

Uma decisão realmente importante na vida do ser humano é a decisão de casar-se. No entanto, quase nunca se pensa sobre isso. Entregar-se ao outro não é se submeter (ao menos que ele seja um tirano), é amar e compartilhar sofrimentos e alegrias.

É próprio do coração humano aceitar exigências, até mesmo difíceis, em nome do amor. O namorado que ama a namorada sabe esperar, não pede uma “prova de amor”, quando ele não pode oferecer um casamento com a mesma rapidez com que pede a prova de amor. Quando um homem escolhe uma mulher, a escolhe de acordo com o perfil psicológico e moral, que de algum modo reflete sua alma. A mulher também tem sua decisão: pode escolher entre resultar encantadora ou provocadora, isso é, pode optar por ser uma dama ou uma fêmea.

O problema da sexualidade, quando é determinada somente pelo aspecto genital, absolutamente desvinculada das dimensões psicológica, social, ética e transcendente que lhe são próprias, é considerar o sexo como um objeto de consumo a mais, em vez de fomentar um comportamento sexual construtivo da personalidade.

Os meios de comunicação social de massa difundem a ideologia do homem “light”, cuja única referência é o próprio bem-estar, entendido como um consumismo desenfreado ou como o gozo irresponsável de um passatempo fácil. Os jovens devem entender que a qualidade dos sentimentos se mede pela conduta, e não pela paixão. É preciso agir “com” paixão e não “por” paixão.

Um poeta contemporâneo diz que o homem maduro procuraria um “triste amor”, um “amor apaziguado”, sem perigo, sem venda nem aventura, esperando “no amor prenda segura”, quando “no amor loucura é o sensato”.