A missão divina

Falar do mês missionário é falar da Missão de Deus confiada aos homens, que quer todos salvos pelos méritos do seu único filho Jesus Cristo. Com a palavra missão vem indicado o envio de uma ou mais pessoas com encargos particulares para uma ou mais pessoas ou para um povo inteiro ou para a humanidade inteira. Vem indicada como missão também a ida na Lua, em Marte ou em outro planeta para ter melhor conhecimento destes. Fala-se também de missão contra os infiéis para indicar a guerra chamada santa pelos fundamentalistas islâmicos e na Idade Média também pelos Cristãos.

Fala-se de missão, de libertação, aquela que fazem os Americanos para libertar da ditadura através da guerra no Iraque e no Afeganistão. Como fala-se de missão socialista, ou melhor, revolução para acabar com a política capitalista de um país. Mas a missão de Deus é diversa daquela dos homens, porque os pensamentos dos homens estão muitas vezes muito distantes daqueles de Deus, por causa do pecado. É certo que nós homens queremos conhecer sempre mais a realidade visível que nos rodeia, mas precisamos conhecer também aquela invisível. Procuramos, certamente, a liberação, a fraternidade e a igualdade, mas nem sempre usamos meios pacíficos. Queremos acabar com os malvados, mas Deus quer acabar com o mal. Foi justamente para acabar com o mal que Deus enviou seu único filho; não para acabar com os malvados, mas para convidá-los à conversão, a um arrependimento sincero, para receberem o perdão. Aliás, abriu os olhos aos chamados justos para reconhecer também eles o seu pecado e abriu os seus braços para receber os pecadores sinceramente arrependidos.

Deus enviou seu filho Jesus Cristo para todos reconhecerem que existe um só Deus, também se em três pessoas iguais e distintas nas tarefas principais: sustentar a criação, redimir e santificar a humanidade. Jesus Cristo, como primeiro missionário, nos ensinou que Deus é Pai de todos e todos devemo-nos amar com o mesmo amor que Deus reserva para cada um de nós. E para amar precisamos reconhecer as qualidades dos outros, ter paciência, desculpar, perdoar. Jesus Cristo reconheceu também a nossa incapacidade de sermos fiéis a Ele, por isso instituiu os Sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia, de modo que, perdoados e nutridos por ele mesmo, nos empenhássemos na construção do seu Reino. Esta missão de Cristo é Missão Divina, que Ele mesmo quis transmitir aos seus discípulos dizendo: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. E eis estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos”. (Mt 28,19).

Missão Divina, missão de amor, missão de doação a partir de Cristo, de Maria, dos Apóstolos, de todos aqueles que correspondem ao chamado do Senhor para a construção do seu Reino. Não podemos esquecer os primeiros missionários Servos dos Pobres que vieram ao Brasil: Pe. José Giorgio, Pe. João Gulino, Pe. Vicente Turriciano e Irmão Corrado. Este último foi missionário também na República do Congo e no México, e agora, encontra-se comigo em Vallelunga na Itália. Estes nossos missionário partiram dia 07 de Outubro de 1967, quarenta anos atrás, da Itália e chegaram no dia 21 do mesmo mês na Terra de Santa Cruz, quer dizer, no Brasil. Não podemos esquecer o nosso Pe. Gaetano Dolcimascolo que morreu nos céus da África num acidente aéreo aos quatro de Março do mesmo ano, quando estava a caminho do Brasil.

Convido a rezar sempre pelos nossos missionários e para que haja mais vocações deste tipo, e procuremos ter todos um coração missionário.