A graça de receber o Espírito Santo

Publicado por: Paróquia São Marcos

A graça de receber o Espírito SantoO catecismo diz que "sacramento é um sinal sensível, instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, para produzir a graça em nossas almas e santificá-las." Desta definição resulta que três coisas são exigidas para constituir um sacramento:

a) "Um sinal sensível", representativo da natureza da graça produzida. Deve ser "sensível" porque se não pudéssemos percebê-lo, deixaria de ser um sinal. Este sinal sensível consta sempre de "matéria" e de "forma", isto é, da matéria empregada e das palavras pronunciadas pelo ministro do sacramento.

b) Deve ser "instituído por Jesus Cristo", porque só Deus pode ligar um sinal visível a faculdade de produzir a graça. Nosso Senhor, durante a sua vida mortal, instituiu pessoalmente os sete sacramentos, deixando apenas à Igreja o cuidado de estabelecer ritos secundários, realçá-los com cerimônias, sem tocar-lhe na substância.

c) "Para produzir a graça". Isto é, distribuir-nos os efeitos e méritos da redenção que Jesus Cristo mereceu por nós, na cruz... Os sacramentos comunicam esta graça, "por virtude própria", independente das disposições daquele que os administra ou recebe.

Portanto, ninguém pode dizer que os sacramentos são meras cerimônias exteriores, e afirmar testemunhando que a graça está na alma, sem o poder de infundi-la. Isso é um erro fundamental e grosseiro.

Para provar irrefutavelmente a necessidade dos sacramentos, é preciso recorrer à sublime doutrina da graça, ou da nossa vida sobrenatural. Os sacramentos são, de fato, os meios, os canais, para transmitir-nos a graça divina, os merecimentos de Jesus Cristo.

A graça, que a teologia define "um dom sobrenatural de Deus", por causa dos méritos de Jesus Cristo, como meio de salvação, é tudo na religião católica, é sua seiva, o seu sopro, a sua alavanca.

Querendo ou não, todos os homens devem viver da graça ou se perderão eternamente. Ou escolhem a vida de Cristo que é a graça, ou a vida da carne que é o vício; a salvação ou a perdição.

Santo Agostinho define a graça da seguinte forma: "A graça é como o prazer que nos atrai... Não há nada de duro na santa violência com que Deus nos atrai... tudo é suave e benfazejo" Esta palavra é admirável: a graça é um verdadeiro poder atrativo "Ninguém pode vir a mim, se Aquele que me enviou não o atrair" (Jo 8, 22).

A graça em seu princípio é, pois, a vida de Deus em nós:

Para comunicar-nos a sua vida, Deus podia agir imediatamente sobre a nossa alma; ele o faz às vezes. A simples elevação dos nossos corações, pela oração, podia produzir este efeito, mas além desta ação imediata de Deus sobre a alma, além do meio da oração, Deus instituiu meios particulares para comunicar-nos as suas graças, meios obrigados, indispensáveis: estes meios são os sacramentos.

Vejamos esta necessidade; está admiravelmente descrita por S. Paulo (Rom. 6, 1-14): "Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum" (6, 1). "Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos" (8). "O pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça" (14).

Há, pois, duas vidas em nós: a vida do pecado e a da graça. Ora, esta graça é o dom de Deus, proveniente dos méritos de Jesus Cristo. É a seiva desta graça que deve circular em nós: "Nós somos os ramos, Cristo é o tronco" (Jo 15, 4-5). Deve haver união completa, íntima entre os meios de transmissão da graça e a alma que recebe esta graça, como há união completa entre o tronco e os ramos.

Na oração e nas boas obras esta união completa não existe... Deve haver outro meio e este meio é os sacramentos. Os sacramentos tornam-se, neste sentido, os canais transmissores da graça divina às almas. Prestemos atenção nestas palavras para entendermos o sacramento da confirmação:

”Tendo ouvido que a Samaria acolhera a palavra de Deus, os apóstolos, que estavam em Jerusalém, enviaram-lhes Pedro e João, descendo de lá, oraram por eles, a fim de que recebessem o Espírito Santo. Pois ele não tinha caído ainda sobre nenhum deles, mas somente haviam sido batizados em nome do Senhor Jesus. Então começaram a impor-lhes as mãos, e eles recebiam o Espírito Santo’( At 8,14-17).

O sacramento do Crisma ou Confirmação aperfeiçoa a graça batismal; é o sacramento que dá o Espírito Santo para enraizarmos mais profundamente na filiação divina, incorporarmos mais firmemente a Cristo, tornar mais sólida a nossa vinculação com a Igreja, associar-nos mais á sua missão e ajudar-nos a dar testemunho da fé cristã pela palavra, acompanhada das obras...

A preparação para a Confirmação deve visar a conduzir o cristão a uma união mais intima com Cristo , a uma familiaridade mais intensa com o Espírito Santo, a sua ação,seus dons e seus chamados, a fim de ele poder assumir melhor as responsabilidades apostólicas da vida cristã.Por isso, a catequese da Confirmação se empenhará em despertar o senso de pertença á Igreja de Jesus Cristo, tanto á Igreja universal como á comunidade paroquial.

O rito essencial da Confirmação é a unção com o santo crisma na fronte do batizado, com a imposição da mão do ministro e as palavras: “Recebe, por este sinal, o Dom do Espírito Santo”. A unção é o sinal de consagração a Cristo e dá - nos uma força especial do Espírito Santo para difundir e defender a fé pela palavra e pela ação, como verdadeiras testemunhas de Cristo, para confessar com coragem o nome de Cristo e para nunca sentir vergonha em relação á infortúnio

O Espírito Santo é o princípio inspirador de toda equipe da catequese da paróquia São Marcos. E assim, dia 04 de maio ás dez horas, 73 crismandos estando no caminho do seguimento de Jesus estarão celebrando o Sacramento do Crisma que tendo atingido a idade da razão professarão a fé, em estado de graça, assumindo sua função de discípulo e de testemunha de Cristo, na comunidade paroquial.