Muita gente, inclusive entre os jovens, tem dúvidas sobre o papel dos anjos e dos santos na vida cristã. Alguns acham que rezar para um santo “tira o lugar de Jesus”, outros veem os anjos como personagens de filme ou apenas símbolos poéticos. Mas a verdade é que tanto os santos quanto os anjos são parte essencial da fé católica, e a Igreja tem um ensino claro, bonito e equilibrado sobre isso.
O que são os anjos?
Segundo o Catecismo da Igreja Católica, os anjos são criaturas espirituais, sem corpo, que foram criados por Deus antes da humanidade. Eles têm inteligência, vontade e são imortais. São mensageiros de Deus, servem ao seu plano e acompanham a história da salvação.
“A existência dos seres espirituais, não corporais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé.” (CIC, §328)
Os anjos aparecem em vários momentos da Bíblia. O anjo Gabriel anuncia a Maria que ela será mãe de Jesus (cf. Lc 1,26-38). Um anjo consola Jesus no Getsêmani (cf. Lc 22,43). E, desde o Antigo Testamento, eles são enviados para proteger, guiar e comunicar a vontade de Deus.
Cada pessoa tem um anjo da guarda, um ser espiritual que Deus nos dá como companheiro e protetor ao longo da vida.
“Desde o seu início até à morte, a vida humana é cercada por sua proteção e intercessão.” (CIC, §336)
E quem são os santos?
Santos são homens e mulheres que viveram com fidelidade o Evangelho e agora estão com Deus no céu. A palavra “santo” significa “separado para Deus” e a Bíblia usa esse termo para todos os cristãos batizados. Mas a Igreja reconhece como canonizados aqueles que deram um testemunho excepcional de fé, caridade e fidelidade a Cristo, mesmo em meio às perseguições, sofrimentos ou desafios da vida.
A santidade é o chamado de todos nós. Como diz o Catecismo:
“Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade.” (CIC, §2013)
O santo não é uma “figura perfeita e intocável”, mas alguém que lutou com coragem, caiu, levantou e se entregou totalmente a Deus. Basta olhar para São Pedro, São Paulo, Santa Teresinha, São Francisco de Assis ou Santa Dulce dos Pobres. Cada um deles teve uma história única, marcada por desafios reais e, ao mesmo tempo, por um amor intenso a Deus e ao próximo.
Por que os católicos pedem a intercessão dos santos?
Muita gente se confunde aqui. A Igreja não ensina que os santos substituem Jesus, nem que oramos a eles como se fossem deuses. O que fazemos é pedir sua intercessão, assim como pedimos a um amigo que reze por nós.
A diferença é que os santos estão vivos com Cristo no céu (cf. Mt 22,32) e, por estarem mais próximos de Deus, podem interceder por nós com grande eficácia. O Catecismo explica:
“A intercessão dos santos é o mais alto serviço que eles prestam ao desígnio de Deus. Podemos e devemos rezar por eles e a eles, pedindo sua intercessão.” (CIC, §2683)
Assim como você pede oração para alguém da sua comunidade, pode também pedir a um santo que reze por você. E isso não atrapalha a relação com Jesus — pelo contrário, fortalece! Afinal, os santos sempre nos levam a Cristo. Eles são nossos irmãos mais velhos na fé, exemplos de que a santidade é possível em qualquer época, vocação ou realidade.
E os jovens? Qual a importância de conhecer os santos e viver em comunhão com os anjos?
Para os jovens, os santos e os anjos são verdadeiros aliados na caminhada da fé. Vivemos em tempos de muita confusão, ansiedade, pressões e desafios morais. Ter consciência da presença dos anjos e conhecer a vida dos santos pode ser fonte de motivação, coragem e paz interior.
Você pode, por exemplo:
- Pedir diariamente a proteção do seu anjo da guarda;
- Escolher um santo padroeiro para se inspirar e pedir ajuda;
- Conhecer as histórias de santos jovens, como São João Paulo II, Santa Teresinha, Beato Carlo Acutis, São Domingos Sávio e Beata Chiara Luce Badano;
- Celebrar a festa de Todos os Santos (1º de novembro), reconhecendo que o céu está cheio de homens e mulheres que já venceram a corrida da fé (cf. Hb 12,1);
- E acima de tudo: lembrar que você também é chamado à santidade, no seu cotidiano, na sua juventude, com os dons e limites que você tem.
o Céu está conosco
A fé católica é profundamente encarnada, mas também profundamente celeste. Não estamos sozinhos na jornada. Temos um exército de irmãos que já chegaram à meta e torcem por nós, intercedem por nós e nos inspiram a continuar firmes.
Os anjos e os santos não tiram o lugar de Jesus. Eles refletem a luz Dele e nos ajudam a segui-Lo com mais firmeza. Viver em comunhão com os santos e os anjos é viver mais profundamente a realidade da Igreja, que é una, santa, católica e apostólica — e também celeste e terrestre.
Como rezamos no Credo, cremos na “comunhão dos santos”: a união entre os cristãos da terra, as almas do purgatório e os santos do céu. Juntos formamos um só Corpo, com Cristo como Cabeça.
Que você, jovem católico, nunca se esqueça: há um santo no céu que pode ser seu amigo e um anjo ao seu lado que caminha contigo. E mais ainda: há um lugar no céu esperando por você.Se quiser, posso adaptar esse conteúdo para uma catequese visual, podcast, post para redes sociais ou folder paroquial. Deseja esse tipo de material?