Terremotos danificaram metade dos templos católicos do Chile

Em consequência dos terremotos e do maremoto do dia 27 de fevereiro, 47% dos templos católicos do Chile sofreram algum tipo de estrago, segundo Relatório de Danos em Recintos Religiosos divulgado na semana passada, e o Escritório de Estatísticas da Conferência Episcopal do Chile (CECh).

Segundo o relatório, 19 templos sofreram danos severos ou estrago total; 24 templos apresentam deficiências graves, e talvez poderão ser recuperados; 25 igrejas tiveram prejuízos materiais consideráveis e 32 são passíveis de recuperação.

A diretora do Escritório de Estatísticas da CECh, Nilda Quezada, explicou que a maioria desses danos severos e graves correspondem a espaços em colapso e centros atingidos, sobretudo, em torres e campanários.

O patrimônio cultural da Igreja Católica no Chile é significativo. Muitas construções datam de séculos passados, com uma arquitetura e beleza interior destacáveis. Alguns desses templos possuem o título de monumentos nacionais e boa parte deles faz pouco tempo fora restaurado.

Com a interdição desses templos, estima-se que quase um milhão de crentes não terá lugar onde se congregar para seus serviços de comunhão, como era costume. Como alternativa, a Conferência Episcopal orientou párocos e pessoal auxiliar que garantam os serviços litúrgicos e a catequese, acompanhando pastoralmente as famílias que perderam entes queridos e que a perda de seus bens seja mitigada, de algum modo, com o sentido esperançoso da Palavra.

O episcopado chileno constituiu comissão, integrada por arquitetos, engenheiros e pessoal do clero, que se encarregará de dar apoio financeiro e logístico à tarefa de reconstrução, com os aportes, também, de doadores, a fim de que, no menor tempo possível, a maior quantidade de templos e salões paroquiais sejam restabelecidos. Cálculos iniciais indicam a necessidade de 140 mil milhões de pesos chilenos para a reforma e reconstrução desses espaços.