Papa reflete sobre a oração do Pai Nosso, ensinada por Jesus

26/JUL/2010

Nas palavras dirigidas aos milhares de peregrinos reunidos neste domingo, 25, para a oração do Ângelus, com o Papa Bento XVI, no pátio interno da residência apostólica de Castel Gandolfo, o Santo Padre refletiu sobre o Evangelho do dia que nos apresentou Jesus recolhido em oração, um pouco isolado dos seus discípulos. Quando terminou um deles disse-lhe: Senhor, ensina-nos a orar. Jesus não fez objeções, não falou de fórmulas estranhas ou exotéricas, mas com muita simplicidade disse: “Quando orardes, dizei: Pai…" e – salientou Bento XVI – ensinou o Pai Nosso.

O Papa recordou que o Evangelista Lucas transmite-nos o Pai Nosso numa forma mais breve em relação aquela do Evangelho de São Mateus que entrou no uso comum. Encontramo-nos perante as primeiras palavras da Sagrada Escritura que aprendemos desde meninos. Elas imprimem-se na memória, plasmam a nossa vida, acompanham-nos até ao último respiro. Desvelam que nós não somos ainda de maneira completa filhos de Deus, mas devemos sê-lo e cada vez mais, mediante uma nossa comunhão com Jesus cada vez mais profunda.

"Esta oração acolhe e exprime também as necessidades humanas materiais e espirituais. E precisamente por causa das necessidade e das dificuldades de cada dia, Jesus exorta com força ´pedi e dar-vos - ão. Procurai e achareis. Batei e hão-de abrir-vos´, acrescentou o Papa.

Não é um pedir para satisfazer a própria vontade, quanto sobretudo manter viva esta amizade com Deus o qual – diz sempre o Evangelho – dará o Espírito àqueles que "lho pedem”.

Bento XVI recordou que neste Domingo a Igreja celebrou a festa do Apóstolo São Tiago, que deixou o pai e o trabalho de pescador para seguir Jesus e por Ele deu a vida, o primeiro entre os Apóstolos. E de coração dirigiu um pensamento especial aos peregrinos que acorrerem numerosos a Santiago de Compostela, pedindo à Virgem Maria que nos ajude a redescobrir a beleza e a profundidade da oração cristã.

Dentre as inúmeras saudações aos peregrinos, o Santo Padre fez uma em língua portuguesa: "Saúdo também os peregrinos de língua portuguesa, especialmente o grupo de brasileiros vindos da diocese de Blumenau. Agradecido pela amizade e orações, sobre todos invoco os dons do Espírito Santo para serem verdadeiras testemunhas de Cristo no meio das respectivas famílias e comunidades que de coração abençôo."

Depois da recitação do Angelus, Bento XVI manifestou profunda dor pela tragédia de Duisburg, onde morreram 19 pessoas. “Recordo na oração os jovens que perderam a vida", concluiu o Papa.