Frei Galvão

Publicado por: Paróquia São Marcos

A notícia da canonização do beato Frei Antônio de Santa’Ana Galvão, primeiro santo nascido em terras brasileiras, foi recebida com grande alegria. Normalmente, as canonizações são feitas pelo Papa, em Roma. Desta vez, porém, Bento XVI abriu uma exceção e vai canonizar Frei Galvão em São Paulo, na Missa que celebrará no Campo de Marte, dia 11 de maio deste ano.

De fato, o episcopado brasileiro, durante a Assembléia Geral de 2005, em Itaici, havia assinado uma carta pedindo ao Papa Bento XVI que canonizasse Frei Galvão durante sua visita ao Brasil. Ao receber o pedido das mãos da Presidência da CNBB, o Papa mostrou-se particularmente interessado, observando que a canonização estaria em plena sintonia com o tema da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe.

A Conferência de Aparecida, que será aberta pelo Papa no dia 13 de maio, será ocasião para uma reflexão sobre a identidade dos cristãos e da Igreja, no contexto histórico, cultural, social e religioso do nosso tempo e dos povos da América Latina. Quem somos nós e o que fazemos na sociedade? O tema da Conferência aponta nesta direção: Somos discípulos e missionários de Jesus Cristo e estamos no meio dos povos para que tenham vida por meio do Evangelho de Cristo. Essa é nossa missão e devemos realizá-la de múltiplas maneiras.

Geralmente, a religiosidade e a curiosidade popular colocam em evidência os santos pelos seus “milagres”, por isso, recorre-se a ele para buscar graças e favores celestes. A Igreja católica não considera isso errado. Mas recorda que não é o milagre que faz alguém ficar santo. No processo de canonização, a Igreja verifica rigorosamente se a pessoa levou vida santa. Isso é fundamental. A Igreja não “santifica” ninguém, mas apenas reconhece e atesta a santidade de alguém. O milagre entra apenas na fase final do processo de canonização e é esperado como graça especial e confirmação divina sobre a santidade de alguma pessoa. De fato, os santos não fazem milagres mas Deus, somente. Dizemos, então, que o milagre é obtido pela intercessão dos santos, e não por um poder que eles próprios têm.

Na Igreja, os santos ajudam a compreender melhor as riquezas do Evangelho do reino de Deus e a multiforme santidade do próprio Deus. Por isso, uma pessoa santa faz outras pessoas aproximarem-se de Deus também. Muitas vezes, já durante a vida, pessoas consideradas santas são alvo de atenções e até de veneração; mas os santos verdadeiros apontam imediatamente para Deus, fonte de toda santidade autêntica.

Quando a Igreja canoniza um santo, ela está dizendo que essa pessoa, com certeza, está junto de Deus, no céu. Por isso também permite que se recorra à sua intercessão e se lhe preste veneração. Colocando em especial evidência alguns de seus filhos e filhas, a Igreja diz para todos: louvemos a Deus por aquilo que sua graça realizou nesse irmão ou nessa irmã! Olhemos para ele e tenhamos coragem de seguir pelos caminhos de Jesus Cristo, que levam para Deus com toda a certeza. Imitemos o exemplo dessa irmã e desse irmão e peçamos a ele que interceda por nós junto de Deus nas horas de necessidade! E o santo, estendendo a mão, nos diz: coragem, meu irmão, minha irmã, fique firme na sua fé, imite o exemplo de Jesus, viva conforme os mandamentos de Deus e faça sempre o bem! Isso vale a pena! Estou aqui para lhe ajudar.

Santo Frei Galvão, rogai por nós! Santa Madre Paulina, Beato Padre Anchieta e todos os bem-aventurados irmãos e irmãs, felizes discípulos e missionários de Jesus Cristo, intercedei junto de Deus por nós!