Compreender o Mistério para viver o Amor!

Publicado por: Paróquia São Marcos

Estas palavras do apóstolo João nos mostram a presença e a bondade do Senhor nos irmãos e irmãs que estão sofrendo. A Igreja, em seus membros, principalmente pela Pastoral da Saúde, procura levar esta palavra de Cristo aos sofredores, sendo assim sinal de seu amor. As interrogações sobre o sofrimento humano e sobre o sentido da morte estão presentes no coração humano. Não faltam tentativas em nosso mundo secularizado para ignorar ou afastar das pessoas essas interrogações. Mas é preciso, de outra parte, compreender esse mistério da dor, da enfermidade. O cristão, mesmo vivendo essa drástica ou trágica experiência humana, é chamado pela sua fé a viver e testemunhar a verdade de Cristo ressuscitado. Ele, o Cristo, assumiu toda nossa dor e nossa morte, transformando-as em momentos de graça e de vida.

Ele assumiu nossa condição humana, também na dor e na morte. Mas sem a fé ninguém compreende isso. Ninguém é capaz de negar essa realidade humana do sofrimento e da dor, e a razão não explica o que é assumido na fé. Palavras bonitas e que muito nos interrogam do saudoso Papa João Paulo II: “Parece entrever-se um modelo de sociedade em que dominam os poderosos, marginalizando e até mesmo eliminando os mais fracos: penso aqui nas crianças não-nascidas, vítimas indefesas do aborto; nos anciãos e nos doentes incuráveis, às vezes objeto da eutanásia; e inumeráveis seres humanos postos à margem pelo consumismo e pelo materialismo. Não posso esquecer também o desnecessário recurso à pena de morte (...). este modelo de sociedade é baseado na cultura de morte, estando portanto, em contraste com a mensagem evangélica”. (Exort. Ap. Pós Sinodal “Ecclesia in América”, 63).

Será que os cristãos não precisam estar mais atentos e mais afeitos à cultura da fé? De repente negamos, mesmo como cristãos, o tempo oportuno da graça de Deus para nós, aceitando uma cultura que deseja com intensidade o hedonismo, ou seja, o prazer individual e imediato como único bem possível. É o prazer como única verdade a ser buscada nesta vida. Diante do que nos afirma o Papa João Paulo II, como deixar de defender a vida como dom divino, sua sacralidade e seu mistério? A vida é o valor supremo, e está acima de qualquer outro valor ético, afirma-nos o mesmo Papa.

Não podemos deixar de ressaltar os Bons Samaritanos, que no pensamento e na ação defendem a vida, ou se colocam ardorosamente no serviço aos Enfermos e Idosos. A Igreja os apóia e os incentiva, reconhece a dedicação e o profissionalismo dos que trabalham na área da Saúde, como não nega também o autêntico progresso científico e técnico que venha favorecer a vida e o respeito inviolável à dignidade de toda pessoa. Celebremos o Dia Mundial dos Enfermos conscientes do mistério salvífico de Cristo que assumiu nossa humanidade.

Pe. Ferdiando Mancílio